sexta-feira, 10 de outubro de 2008

METÁFRASE PARA SOFIA


Ontológica e arquetípicamente igual, no plano axiológico, sou diferente. Propelida pela dúvida e incerteza, mais pareço “uma metamorfose ambulante”. Vigilante da liberdade situada, mas vivida em plenitude, sou o pássaro de Minerva, que, ao cair da tarde, levanta vôo no equilíbrio de sua própria autonomia, e nas dobras da noite, depois que tudo está feito, saio por aí, identificando, separando, valorando e priorizando. Modesta, não me imponho, contentando-me, porém, com a exposição irreprimível de minhas idéias e posições, propiciando que todos se liguem com todos, não obstante os conflitos necessários advindos. Em meu horizonte está a congruência: fazer que todos se sintam bem consigo mesmos, com os outros e com todas as energias transcendentais. Como o ar oxigenado que sopra das montanhas, abraço a todos num afago tépido e confortante. Na ribalta do mundo, eixo em torno do qual gira o torvelinho dos humanos, atenho-me, sub-repticiamente, a cumprir minha estrutural missão de controlar os cordéis das marionetes que comandam a todos, regulando sua marcha, tendo em vista o ser mais da individuação plena.Vocacionada para despertar e transformar o mundo, não vim para a solução de problemas imediatos, mas lembro que, na corda bamba da vida em projeção, sou quem segura a barra do ser humano, tão pressionado por uma competição brutal e um consumismo desvairado. Axiologicamente diferente, à feira da vida compareço, não imantada no lucro e na glória, mas no impulso incontido de contemplar e conhecer a natureza das coisas e dos homens.Forneço sabor e proteção ao mundo, visto ser eu a “sabedoria” (sapere = ter e dar sabor). Nada se faz sem minha presença, já que sou a estrela-guia da vida rumo à individuação plena, á felicidade totalizante. Sendo “Sofia” (sapientia), sou mais compreensão do que explicação, mais experiência do que ciência, mais arte do que religião, entretanto, presto-me a fomentar um pacto produtivo entre o científico, o religioso, o ético e o estético. Julgo-me com o direito de, não sendo a melhor, apresentar-me diferente, pois sou a única a ser, ao mesmo tempo, holística, radical, conectiva, compreensiva, pedagógica, trans-disciplinar, ecológica, iconoclasta, questionadora da cultura, do agir, do saber e do poder institucionalizados.

Geraldo Lopes – avô coruja

Elucubração filosófica de um septuagenário, num gesto de entusiasmo, com o advento de sua primeira neta SOFIA.





segunda-feira, 22 de setembro de 2008

UTILIDADE DA FILOSOFIA




A Filosofia é o mais útil de todos os saberes:

Lendo Souza, 25 e Chaui, p.18, podemos listar as seguintes finalidades da Filosofia

1 – Para se deixar de ser ingênuo (para não se misturar gato com lebre, anu com angu, alho com bugalho, trigo com jôio, filosofia com empiria – senso comum – filosofia com religião, filosofia com ciência, filosofia com ideo-logia, crítica com agressão, sugestão com determinação, todo com parte,
substancial com acidental, necessário com supérfluo, política com politica-gem, democracia com anarquia ou demissão, estômago cheio com estar
bem alimentado, felicidade com o uso desbragado dos bens materiais, solidariedade com alienação e irresponsabilidade com o outro, auto-estima com egoísmo ou com inflação do ego, coragem com estupidez, humildade e prudência com pusilanimidade, sentido lato com sentido estrito, útil externo com útil interno;
2 – Para identificar os erros do senso comum (empiria);
3 – Para não se submeter cegamente às idéias dominantes;
4 – Para não se submeter cegamente aos poderes dominantes;
5 - Para não se absorverem sem assimilação (cegamente) as propagandas da
mídia (meios de comunicação) – isto se chama violência psicológica, tão
maléfica quanto a violência física;
6 – Para se tentar compreender o homem e compreender sua finalidade;
7 – Para fornecer a cada um de nós e à sociedade os meios para sermos cons-
cientes de nós mesmos e de nossas ações numa prática que possibilite o
exercício correto da liberdade e dos momentos duradouros de felicidade
autêntica;
8 – Para que nos convençamos de que filosofia e educação andam tão unidas
como a semente e o fruto: a filosofia é necessariamente educativa e a
educação é necessariamente filosófica.

Taguatinga, agosto de 2008

sábado, 20 de setembro de 2008

OBRAS ESCRITAS PELO PROF. GERALDO

  • Filosofiada Educação: Subsídios para estudantes do Terceiro Grau - Editora Rumos 1993
  • Filosofia da Educação - Uma visão dialética - 1994 - Editora Rumos
  • Introdução Histórico-crítica às Pedagogias Acríticas: Essencialismo e Existencialismo - 2003 Alpha Editora
  • Dialética - A Terceira Via da Educação: de Heráclito a Paulo Freire 2003 Alpha Editora
  • Introdução Crítica às filosofias essencialistas e existencialistas: de Sócrates a Heidegger - 2008 (no prelo).
Geraldo Lopes de Souza nasceu em Porto Firme, Zona da Mata Mineira, aos 17 de novembro de 1931. Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras de São João Del Rei – MG. Pela universidade Católica de Minas Gerais, especializou-se nas disciplinas: História Moderna e Contemporânea, Filosofia da Educação e História da Educação. Pela Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo, com a monografia Dialética do Animus e da Anima, condição indispensável para uma união conjugal harmoniosa, terminou o Curso de especialização em Psicologia Junguiana. Criou em Tabuleiro – MG o Ginásio Comercial João XXIII que dirigiu por nove anos. Lecionou em Rio Pomba no Colégio José Borges de Morais, em Nova Era, no Colégio Nossa Senhora de Fátima e no Colégio Comercial. Mudou-se para Brasília, em fevereiro de 1975. Em março do mesmo ano ingressou na UDF (a primeira Faculdade particular criada na Capital da República, hoje Centro Universitário). Vem lecionando várias disciplinas, como: Filosofia Geral, Metodologia Científica, História da Educação, Planejamento Educativo e Filosofia da Educação